Alguns dias são estranhos. Confusos. Complicados. Tem vezes que mesmo com o sol lá no alto tudo parece estar na mais profunda escuridão aqui dentro, deturpando minha visão e deixando tudo ainda mais melancólico, profundo? Talvez, mas alguns dias são assim.
Hoje pode ser um deles ou quem sabe a semana toda, nada anda fazendo sentido e tudo parece coberto por uma nuvem carregada, daquelas que prometem derrubar o mundo quando desaguar, os dias andam estranhos, como sempre. Parecem mais silenciosos, sem ruídos, sem vida, sem cor.
Ando sem cor. Sem vida.
Dessa vez não há afogamento, não há um oceano me engolindo, não há nada. É como se eu estivesse parada em meio á um universo branco, sem cor, sem som, sem nada. Alguns dias são estranhos, me sinto entorpecida com a rotina, com a mesmice, com a repetição. Alguns são assim e nem sei se está tudo bem.
Nem sempre está tudo bem, e às vezes é difícil aceitar isso.
Aceitar que temos dias ruins, dias sombrios, que nem tudo dá certo sempre e que apesar de parecer dar errado o tempo todo uma hora, acertamos. A vida tem dessas. Olhando assim pareço conformada com os altos e baixos — talvez mais baixos — que tenho tido, até parece que eu não estava surtando a pouco por tantas rasteiras que tenho levado. Tenho tido muitos dias de lutas e poucos de glória.
Alguns dias são estranhos, são sim, tudo parece confuso mas no fim passa, deixo o loop infinito da rotina me levar a fim de ver onde posso chegar, onde posso parar. Sigo na esperança de ver o sol brilhar nos dias de glória, de ver a luz no fim do túnel que é essa escuridão. Sigo assim, sem desistir, por mais que às vezes o mundo grite ao contrário, sigo meus dias estranhos na esperança de que amanhã seja tudo diferente.
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