Olá você do lado dai!

Sou a Lu, made in 90's, ilustradora e encadernadora nas horas vagas, escritora de gaveta e fotógrafa de aleatoriedades, viciada em pinterest, café, Harry Potter e BTS, buscando meu lugar nesse mundo louco. Tem uns textos meus por aí desde 2010 •⁠ᴗ⁠•

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há um abismo aqui dentro

FOTO DE UNSPLASH.COM

São tempos dificeis. A vida se mostrou mais nesse ano, a rotina bateu na porta, e pudemos finalmente, tavez em anos, parar para olhar para nós mesmos. Péssima decisão se quer saber. Descobri um abismo em mim, daqueles que você não enxerga o fundo, daqueles que você não sabe se passa um rio lá embaixo ou se tem enormes pedras pontudas. Só sei que é um abismo. A fase ruim chegou e não foi mais embora, se instalou por aqui, e por mais que as vezes eu ache que consegui, ela me dá uma leve batida no ombro para mostrar que ainda não se foi.

Os dias paressem em camera lenta, a rotina parece mais intensa, pensar já não é mais uma opção, sinto que estou no piloto automático. O ano revelou pessoas, e como revelou, o ser humano é cruel mesmo que tente negar, somos cruéis. Os planos foram deixados de lado, ou nem tanto, deu para se aperfeiçoar, para escolher uma profissão, para traçar o futuro, mas quem disse que fiz? Como em muitas outras oportunidades eu apenas fugi.

Fugir.

Tenho feito muito isso, fugir das situações, fugir das pessoas e agir como se nada tivesse acontecido, me acomodei e preferi o caminho mais fácil, pode ser covardia - e eu sei que é - mas não tenho mais condições para impactos, para decepções, para frustrações, acho que não consigo mais.

Há um abismo sem fim aqui dentro. Um buraco negro com uma queda no escuro. Sinto que não sei mais quem sou, que não me acho mais e que nunca mais serei a mesma. Não consigo colocar para dentro o que demonstro por fora, me sinto inútil, me sinto uma péssima pessoa, sinto que não sou mais ninguém.

Um nada.

Caminho as vezes sem rumo em pensamentos, fitando o teto do quarto como se magicamente tudo fosse se resolver, esperando que a resposta do que fazer caia em meu colo. Besteira. Não há respostas. Não há o que fazer. Não há como voltar a ser o que era. Não há para onde voltar. Me perdi faz um tempo, muito tempo, até procurei voltar, mas quanto mais tentava mais me afastava depois de um tempo eu apenas desisti. Desisti de mim? Talvez, as vezes soa assim, mas não tenho mais forças para lutar.

Essas são apenas palavras. Sentimentos confusos. Sensações ruins. Essa é apenas eu quando ninguém está olhando, apesar que ninguem me vê. Essa sou eu? Não sei, tem dias que é um tão claro, em outros tudo é confuso. Acho que sentir é assim mesmo, viver é estar constantemente perdida sempre em busca de algo.

Há um abismo aqui dentro, desse sem fim cujo a queda pode ser mortal, me sinto esvaindo aos poucos, sumindo, virando poeira ao vento. Me sinto longe de casa, de mim, e de todos. Me sinto só, mas prefiro estar só. Há muita coisa aqui dentro, coisas que não saem mais e outras que não sei como tirar, me sinto cheia, pesada, sufocada, me sinto longe de mim, caindo nesse abismo que parece não ter fim.

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